O processo de se descobrir na dança é como se fosse o trabalho de um minerador, ou melhor, de um arqueólogo. Uma arqueóloga que tem por objeto o próprio corpo e dentro desse corpo, toda a riqueza que é o material de trabalho de sua arte.
Temos em nosso corpo diversos músculos e possibilidades de contração, relaxamento, expansão e deslocamento e nosso trabalho é exatamente explorar esse imenso campo.
Algumas experimentações são feitas sem muito esforço físico, como explorar caminhos para os braços ou deslocamentos no espaço, enquanto outras exigem um intenso e minucioso treino muscular, como descobrir musculaturas profundas do baixo ventre.
A cada treino podemos perceber novas partes do corpo, fortalece-las e com a musculatura mais forte, ela também se torna mais consciente e mais conexões entre músculo e cérebro se formam, e dessa forma adquirimos mais controle e precisão sobre cada parte do corpo.
Também nesse sentido, a interpretação musical pode ser treinada, através dos próprios drills de isolamento ou de combinações.
Rachel Brice lá no retreat na Costa Rica falou muitas vezes sobre "minerar pelo ouro" Poderia utilizar também a metáfora de um processo de lapidação, que quando se inicia, começa a retirar as camadas mais superficiais de inconsciência corporal, de indisciplina e preguiça e tantas outras que nos afastam da possibilidade de manifestarmos nossa plena essência na dança.
Nessa busca minuciosa e diária vamos nos aprofundando em nossos corpos, e em nossa essência que se manifesta enquanto dançamos então quanto mais firme forem nossas bases, mais poderemos criar e expressar...
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Falou tudo, Marília!! Adorei esse post! E a última frase é de grande importância e concordo plenamente. Beijos!
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