terça-feira, 20 de julho de 2010

Reportagens no Ig

Esses dias saiu uma reportagem no site Ig sobre diversas danças femininas, e dentre elas o Tribal Fusion, apresentado por mim. A primeira dela dando uma prévia, e a segunda parte um pouco mais aprofundada...  Abaixo seguem as duas máterias... Na primeira também são citadas outras danças,mas não coloquei aqui pra não ficar gigante o post,se quiserem saber mas sobre as outras, acessem direto no site!


Tribal fusion
O estilo “tribal fusion” surgiu a partir dos anos 70, quando dançarinas do ventre voltaram às origens tribais, misturaram grupos de diferentes áreas (Turquia, Índia, Oriente Médio) e acrescentaram elementos urbanos e contemporâneos à sua pesquisa. Isso deu origem ao ATS, que no início ainda seguia a lógica tribal de um grupo de mulheres que dançavam sempre juntas e tinham um “vocabulário” comum que permitia que dançassem de forma sincronizada e espontânea ao mesmo tempo. Com o tempo, a vontade se terem mais liberdade e alguma influência da cultura hippie, o ATS deu origem ao que hoje é conhecido como tribal fusion. “Essa sintonia acontece rápido, uma vai conhecendo o corpo de uma da outra, o sentimento de comunhão com as outras dançarinas é magico”, diz a professora Marília Lins. “Mas para acontecer de forma improvisada e em grupo, as coisas tinham que ser bem definidas. Tirava um pouco a criatividade”.



O estilo tem sua linguagem, mas a liberdade é grande. Não existe uma música certa – muita gente mistura com eletrônica, por exemplo -, nem uma roupa exata. “O tribal é uma manifestação de um arquétipo feminino da dança no presente. O que faz ser especial é ser uma manifestação da sua verdadeira personalidade. Não é uma mulher vulgar ou desencaixada, é consciente de sua sensualidade, sem ser escrachada. O importante é colocar esses aspectos mais pessoais e trabalhar sua feminilidade dentro de seu próprio contexto”, diz Marília.
Marília diz que a dança é para todas, mesmo as que não têm nenhuma experiência. A professora é procurada principalmente por meninas mais jovens, urbanas, modernas, com interesse em espiritualidade e ioga. E diz que o principal ganho que percebe nas alunas é exatamente levar essa descoberta da feminilidade para o dia a dia. “Acaba te transformando como pessoa, te deixando com uma sensação de mais poder na sociedade. Sabe que e bonita, sensual, se move diferente, mas não usa de forma apelativa. Essa transformação é uma coisa muito bonita”, acredita Marília.

e a segunda parte:


Use a dança para descobrir sua sensualidade

Conheça estilos que despertam e exploram a força da feminilidade

Carina Martins, iG São Paulo | 16/07/2010 09:05
  • Mudar o tamanho da letra:
  • A+
  • A-
A dança pode ser mais do que uma forma de expressão da sensualidade. Pode ajudar também na criação ou descoberta da própria identidade sensual e feminina de quem se dispõe a arriscar alguns passos. E para chegar longe não é preciso ir na “velocidade cinco” do Créu. Pelo contrário. Muitas danças trabalham a sensualidade propondo o fortalecimento da identidade feminina e o empoderamento da mulher. Sem descer até o chão.

Foto: Edu Cesar/Fotoarena
Marília Lins demonstra movimentos do tribal fusion
É o caso do tribal fusion, estilo que parte da dança do ventre e une inspiração de tribos de diversas partes do mundo com a liberdade para acrescentar elementos contemporâneos.
A abordagem da sensualidade é exatamente uma das diferenças apontadas pela professora Marília Lins, 26, entre o tribal fusion e a dança do ventre mais difundida no ocidente. Apesar desta ser a base do tribal fusion e Marília fazer questão de ressaltar seu respeito pelo estilo, ela destaca que a versão “cabaré” da dança do ventre – a mais praticada no ocidente – tem uma sensualidade mais externalizada do que a proposta pelo estilo que ela pratica hoje.
“O tribal é uma manifestação de um arquétipo feminino da dança no presente. A dança do ventre também vai muito de encontro a esse arquétipo, a encontrar sua feminilidade, não dá para dizer que não”, admite. “Mas o estilo que chamamos de cabaré ganhou uma certa vulgaridade, certos padrões que, para o tribal, são muito para fora, tem muitas caras e bocas”, diz.
Marília explica como é o contato da dançarina de tribal fusion com a sensualidade. “Não é uma mulher vulgar ou desencaixada. Ela é consciente de sua sensualidade sem ser escrachada. A aluna se descobre na dança e coloca esses aspectos mais pessoais, além de trabalhar sua feminilidade dentro de seu próprio contexto”. Como as demais professoras e dançarinas ouvidas pelo iG/Delas, Marília conta que esse exercício de identificação com a própria feminilidade se reflete no cotidiano das praticantes. “Isso acaba vindo para o dia a dia delas. Te transforma enquanto pessoa, deixa com uma sensação de mais poder na sociedade. Ela sabe que é bonita, sensual, se move diferente. Mas não usa de forma apelativa. Essa transformação é uma coisa muito bonita”.

Foto: Divulgação
(Foto: Divulgação/Adrian Benedikt) Fascinatrix posa caracterizada
Apesar de ter uma sensualidade bem mais explícita, o neoburlesco também prega a valorização da mulher. Sim, alimentar o desejo está entre os objetivos desta dança. Mas mesmo tirando a roupa, a postura em relação ao próprio corpo é a maior preocupação do estilo – que traz para os dias de hoje o universo das pin-ups e do burlesco, que deu origem ao striptease.
Para começar, o neoburlesco defende a diversidade estética. “O burlesco existe desde o começo do século passado, então o neoburlesco é uma versão disso com elementos novos, porque seria impossível fazer uma coisa legal hoje com exatamente a mesma estética”, diz Karina Raquel, 36, a Fascinatrix. Para ela, “o que faz toda diferença agora é o momento da época, a liberdade da mulher e a diversidade – pode ser tatuada, ter piercing, não precisa ter 90 cm de quadril e 60 cm de cintura”.
Segundo a dançarina, essa diversidade ajuda mulheres a superarem suas inseguranças e levarem a nova atitude a outras áreas da vida. “O burlesco foge muito dessa coisa de padrão. E sempre que você trabalha a sensualidade, leva isso para outras áreas. É como começar a escrever: no começo tem uma trava, depois vai fluindo”, acredita. “Vai cada vez ficando melhor, se sentindo mais segura, mais bonita, mais feliz, se aceitando melhor”.
Em uma prática tão ousada quanto o neoburlesco, o risco de pesar a mão é grande. E esse é o segredo. “É o tempo todo uma coisa sensual sem ser vulgar. Quem já viu alguma performance, como as da Dita Von Teese, sabe que a dançarina é linda e chique, fica pelada e continua chique”, diz. Segundo ela, é uma questão de postura. “Não precisa rebolar até o chão, nem mostrar tudo. O segredo é posar como uma figura quase inatingível, alimentar mais o desejo sem oferecer tudo”.
"A banalização do sensual e do sexual nos deixou adormecidos para as sutilezas possíveis, e o burlesco resgata isso com o riso. Não é "olhe para mim, como sou sexy". É algo mais inocente e divertido, cheio de duplo sentido", concorda a dançarina burlesca Sweetie Bird. "O estilo ajuda a mulher a conhecer melhor o corpo, a ter controle sobre onde está e sua postura. Além dos benefícios de praticar um exercício divertido, o neoburlesco ensina a gostar do corpo, seja como for. A encontrar o seu melhor, e aprender a usar", define.

Nenhum comentário:

Postar um comentário